Artigo ‘O caminho do meio’, por Raphael Dabdab, presidente da Abrasel em SC

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Recentemente foi reacendida a polêmica em torno do uso da orla de Florianópolis diante de nova sentença demolitória para quatro bares e restaurantes da praia da Joaquina, alguns funcionando há décadas no mesmo lugar. Digo que o assunto voltou à baila porque vivemos um período negro de insegurança jurídica – vide o que ocorre com os beach clubs de Jurerê Internacional, igualmente ameaçados. Esta polêmica significa prejuízos que já incalculáveis diante do que poderíamos ter conquistado não fosse esse cenário de total instabilidade. Tanto que essas estruturas da Joaquina foram erguidas mediante projeto com amparo da Prefeitura Municipal à época.

Mas como conciliar o desenvolvimento econômico em uma ilha privilegiada pela beleza e diversidade natural com a preservação ambiental? Como explorá-la sem matar nossa ‘galinha dos ovos de ouro’? As soluções mais fáceis: ou tudo pode ou nada pode. Extremos. Já vivemos a fase do ‘tudo pode’, do ‘pode conforme regras e limites’ – vide a construção dos restaurantes da Joaquina, agora ameaçados – e hoje estamos na época do ‘nada pode’. Sobre esta última, refiro-me à proibição do hotel da Ponta do Coral, dos beach clubs e de demais exemplos supracitados.

Aqueles que têm oportunidade de visitar outros países que possuem orla com potencial turístico retornam maravilhados com estruturas de apoio nas praias, marinas operando sem comprometer a balneabilidade, ilhas artificiais, entre outras. Para citarmos exemplos próximos, enquanto testemunho avanços de estruturas turísticas no nordeste brasileiro ou Balneário Camboriú, que exploram sua orla inteligentemente, gerando riqueza sem ameaçar o meio ambiente – nossa cidade vizinha tem a mais bem equipada marina do estado e acaba de inaugurar terminal para transatlânticos – questiono: São mais inteligentes ou razoáveis? Qual o caminho para voltarmos a inovar no turismo e voltarmos a ser referência? Só encontrei uma resposta: o caminho do meio, onde se encontra o diálogo, a razoabilidade e o desenvolvimento econômico sustentável.

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