Seriedade e aprendizado no apito do Bom de Bola

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Foto de Marcelo Flessak

 

Árbitros e assistentes de diferentes gerações emprestam credibilidade ao projeto

 

Os atletas são adolescentes, mas a fleuma e a seriedade dos que comandam os jogos são exatamente iguais àquela exibida nas disputas profissionais. As equipes de arbitragem são parte da credibilidade e da qualidade do projeto Bom de Bola, além de assimilarem com perfeição a proposta educativa. “As crianças se espelham nas atitudes do árbitro, nosso papel é orientar em detrimento da repreensão”, confirmou José Valmir de Carvalho Pereira, 48 anos, árbitro desde 1996 – com experiências na 1ª e 2ª divisão do futebol profissional paranaense – e jubilado no ano passado, quando assumiu funções na Associação Profissional dos Árbitros de Futebol do Paraná (APAF PR). Valmir foi o coordenador de arbitragem das finais do Bom de Bola deste ano neste estado – a edição envolveu 250 juízes – mas antes disso apitou muitas partidas do certame escolar.

 

– “Esse projeto é um marco na história do Paraná, revela atletas e também árbitros – e um deles foi Héber Roberto Lopes, que integra o quadro da FIFA desde 2002 e iniciou a careira em 1995. “Minha memória das muitas partidas que arbitrei é de um trabalho muito prazeroso, sem estresse. Você olha as crianças e projeta seus filhos, percebe como esses são momentos importantes, de interação social”, relatou Valmir.

 

Valmir Pereira considera a prática no Bom de Bola como essencial para a carreira dos árbitros: “é como ser trainee para a carreira de um executivo”. Por este motivo Catherine Brito, de 25 anos, estudante da última fase de Educação Física da Universidade de Ponta Grossa, estava bandeirando as partidas das semifinais e finais desta edição do Bom de Bola 2016 do Paraná. Desde os 13 é atleta de futebol e optou pela arbitragem para seguir no esporte. “Minhas metas são de permanente ascensão, aprendizado, evolução”, explicou ela, muito compenetrada em seu trabalho. Catherine ainda não é federada, mas está se associando à APAF PR e participará dos cursos necessários para ingressar no quadro da FPF. É fã do Bom de Bola: “é um projeto sensacional, que combina competitividade e inserção social”. Certamente Catherine estará nas próximas edições do Bom de Bola paranaense, já como federada.

 

Na outra ponta, um pouco mais velho e bem mais experiente, Robson Babinski, um arquétipo do bom árbitro: discreto, educado e ponderado. Aos 29 anos, com cinco de apito, graduado em educação física e com razoável portfólio nas séries A e B do Paraná, tem como projeto integrar o quadro da CBF. Apitou a final entre as escolas Monteiro Lobato e Euclides da Cunha, das cidades de Matelândia e Cornélio Procópio, respectivamente. “Por ser uma final já é um jogo tenso, então procuro passar tranquilidade. Não faço resenha com os times antes do início, pois nada vai mudar o que vem do vestiário”.

 

Sua conduta foi impecável na final, mas o gol da escola Euclides da Cunha exigiu rigor na decisão em validá-lo: o meia Gilmar cobrou uma falta e o goleiro defendeu, mas a bola já havia passado a linha do gol. O assistente confirmou e Babinski também, o que acabou por assegurar o título ao colégio de Matelândia. Quando encerrou a partida, o trio de arbitragem foi cercado pelos atletas, mas não houve mais do que ofensas.

 

Os homens e mulheres que apitam e bandeiram prosseguirão como boas referências do Bom de Bola.

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