As lições e os sonhos das atletas do Feminino B

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Foto de Marcelo Flessak

 

Vindas de pequenas cidades, o esporte é uma prévia dos desafios da vida

 

Elas ainda se parecem mais com meninas do que com adolescentes, em especial no porte físico e nas emoções que extravasam. No entanto, as meninas que disputam o Feminino B do Bom de Bola (limite de idade de 14 anos) já dão sinais de maturidade, na vitória ou na derrota.

 

Larissa Vieira Ribeiro tem apenas 14 anos, mas sua liderança se destaca. A loirinha tem uma fala articulada, com um tom de voz seguro e exibe muito otimismo. Goleira da Escola Estadual Nereu Ramos, de Manoel Ribas, pequeno município (13 mil habitantes), do centro-norte paranaense, Larissa foi essencial na conquista do título da categoria Feminino B do Bom de Bola 2016, em uma emocionante decisão nos pênaltis (5×4 sobre a Escola Marcílio Dias, de Itambaracá, depois do empate sem gols no tempo normal). “Queria muito dar esse orgulho ao meu treinador, às minhas colegas e à minha família”, sintetizou. “Só tenho três anos de futebol, comecei ‘velha’, mas recebo muito apoio da família”, acrescentou Larissa, cujos pais trabalham na cooperativa agropecuária local (COAMO) e no posto de saúde. A adolescente divide seus sonhos em ser atleta profissional de futebol e a medicina. “Vamos voltar como heroínas para a cidade”, disse.

 

Helen Gabrieli de Souza, também com 14 anos, estava desolada na cerimônia de premiação, rendendo-se ao choro. Depois procurava superar o abatimento da derrota nos pênaltis lembrando o quanto haviam batalhado para chegar até ao vice-campeonato. “Perder tem um gosto amargo, mas aprendemos muito”, admitiu. A zagueira da Escola Marcílio Dias, de Itambaracá (no extremo norte paranaense, com apenas seis mil habitantes) joga futebol desde seus oito anos e igualmente sonha com uma carreira profissional. “Senão der, serei professora de educação física”, prometeu ela, de família humilde.

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