Reunião debate venda de projetos de arquitetura pela internet

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A venda de projetos de arquitetura pela internet por meio da plataforma Decora, no site Casa&Cia (www.casaecia.com/decora), lançada pelo Grupo RBS, foi tema de reunião no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC) na última quarta-feira (4). Representantes da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura –seção Santa Catarina (AsBEA/SC), do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Santa Catarina (IAB-SC), do Sindicato dos Arquitetos no Estado de Santa Catarina (SASC), profissionais de arquitetura e interessados também participaram do encontro com Mariana Graeff, gerente da Plataforma Casa&Cia.

 

A preocupação do segmento é promover e regulamentar ações com foco na fiscalização e no zelo pela qualidade do exercício da profissão no Estado, uma vez que o portal permite que qualquer pessoa se cadastre como prestador de serviços. O cliente acessa a página, preenche alguns dados, recebe um orçamento pré-estabelecido pelo próprio site e, se aceitar, em no máximo 30 dias receberá ao menos três propostas de projetos de profissionais e escolhe um deles para fechar o contrato.

 

Para Tatiana Filomeno, presidente da AsBEA/SC, a plataforma desvaloriza a atividade do arquiteto e urbanista, além de transgredir a ética, que condena a contratação de profissionais elegidos por meio de concorrência, tomada de preços e apresentação de desenhos. “Além de criar uma tabela para estabelecer preços diferentes dos praticados pelo CAU/SC, o site promove o desenvolvimento de trabalho gratuito, no caso da pessoa que não for a ‘vencedora do concurso’”, explica Tatiana, salientando que também não há exigência da responsabilidade técnica profissional sobre o projeto nem o cumprimento de legislações vigentes e das normas da ABNT.

 

A proposta do Decora é tornar-se um e-commerce de produtos relacionados à decoração de ambientes – desde o projeto, mão de obra, materiais e objetos de decoração – oferecendo a encomenda de um projeto sem sair de casa e a preços acessíveis a partir de R$ 399,00. “É uma plataforma licenciada a partir do DECORA.do, com papel de criar uma rede de relacionamentos entre os prestadores de serviços e os clientes”, explica Mariana.

 

Oportunidade de negócio

 

Se ajustadas estas questões e regularizada a fiscalização para que os serviços passem a ser prestados por profissionais habilitados, arquitetos e urbanistas registrados no Conselho e que se responsabilizarão tecnicamente pelo projeto, o Decora pode se tornar uma oportunidade de negócio. “Se estas questões forem ajustadas e puderem ser fiscalizadas pelo CAU, o que resguardaria o cliente, o profissional e a própria RBS, acredito que podemos ter uma parceria que contribuirá com a sociedade, oferecendo serviços de qualidade, e contribuindo para a valorização da profissão”, considera a presidente da AsBEA/SC.

 

Debate também no Rio Grande do Sul

 

Não é apenas em Santa Catarina que a polêmica em torno do Decora ocorre. No Rio Grande do Sul, o CAU regional também já se reuniu com o Grupo RBS para tratar do tema. Num acordo entre as partes, excluiu-se a oferta de serviço de reforma, passando a tratar apenas de decoração, extinguindo-se a responsabilidade técnica sobre os projetos.

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