Abrasel: Venda por delivery e retomada são insuficientes para conter a mortalidade de empresas

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Os bares e restaurantes catarinenses, que representam 5% do PIB estadual e geram 100 mil empregos em Santa Catarina, tomaram um baque na crise provocada pela pandemia da Covid-19. Levantamento da Abrasel, realizado entre 20 e 23 de abril e que ouviu 212 proprietários do segmento, aponta que 80,7% dos entrevistados precisam de auxílio financeiro para retomar as atividades – destes, somente 18,9% conseguiram acessar algum recurso emergencial após a paralisação.

Retomada será lenta– “A demanda pelo serviço de delivery não cresceu na mesma proporção da oferta, fazendo com que em alguns casos houvesse até redução nas vendas. Já a reabertura impôs um distanciamento entre as pessoas, até mesmo entre familiares, ao invés de uma separação entre mesas, como vem sendo adotado em outros estados, o que reduziu a capacidade dos estabelecimentos em 70%, em média”, afirma Raphael Dabdab, presidente da Abrasel.

Segundo ele, “em um setor que tem fluxo de caixa para uma semana, retomar depois de uma paralização de cinco semanas sem suporte financeiro é um enorme desafio, pois é necessário recompor estoques, regularizar pagamentos e recuperar a equipe”. De acordo com Dabdab, as linhas crédito ainda são escassas e de difícil acesso, por exigir garantia real e/ou Certidão Negativa de Débitos (CND), “como vimos na demanda pelo crédito disponibilizado pelo Badesc, que superou em 11 vezes o valor disponível, mesmo tendo várias restrições cadastrais”. Ele reitera que a demora na efetivação de suporte financeiro às empresas do setor fatalmente significará ainda mais desemprego.

A consulta da Abrasel estimou 28,7 mil demissões, 46,8 mil contratos de trabalho suspensos, e 18,8 mil trabalhadores com redução da carga horária até o momento. “As suspensões e reduções podem representar mais demissões caso não haja auxílio financeiro dos governos federal, estadual e municipal”, afirma. “Enquanto reconhecemos o esforço da União em implementar medidas para preservar empresas e empregos, vemos a omissão do Governo do Estado e dos municípios, que pouco ou nada tem feito neste sentido. É preciso disponibilizar linhas de crédito dos bancos de desenvolvimento e fomento e efetuar diferimento de impostos estaduais e de taxas municipais para preservarmos a geração de empregos, antes que seja tarde demais”, finaliza Dabdab.

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