Transporte turístico vive crise e aponta soluções

0
42

 

O setor de transporte de passageiros vive uma crise sem precedentes em todo o país, tanto para viagens turísticas como para o fretamento de colaboradores, estudantes e linhas intermunicipais e interestaduais. Esta constatação e o apontamento de soluções foram os principais temas discutidos durante o 5º Encontro da Associação das Empresas de Transporte Turístico e Fretamento de SC (Aettusc), encerrado no último domingo (17), no hotel Cuper, em São José. Na abertura do evento, Nilton Pacheco, presidente da entidade, alertou que três em cada cinco empresários afirmam desejar abandonar o negócio. “São insumos cada vez mais caros, uma carga tributária insuportável e negociações coletivas além do que conseguimos administrar”, afirmou em seu discurso.

Apesar do cenário negro, há conquistas para comemorar, como a adequação da Lei dos Motoristas e a Lei das Balanças, que trouxeram alento para o segmento e foram defendidas ferrenhamente pela a Aettusc junto ao Executivo e o Congresso Nacional nos últimos anos. José Fernandes Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) e vice-presidente da Marcopolo, ressaltou a importância do setor para o país, considerando-o como peça-chave para o crescimento do país. “Movimentamos 80 milhões de passageiros em 800 mil veículos. Cada ônibus emprega cerca de cinco colaboradores – são três milhões de postos de trabalho. Portanto, somos uma força a ser considerada”, ressaltou o empresário, há 50 anos atuando no ramo.

O incentivo cada vez maior à utilização do avião para viagens de passeio é um dos motivos desta crise. De acordo com Heins Waldemar Parey, vice-presidente da Aettusc e organizador do evento, ao contrário de anos atrás, a grande maioria das viagens são de curtas distâncias, de até 3 mil km. “Diante disso, uma solução é readequarmos a frota para veículos mais leves, com menor consumo, priorizando a segurança e o atendimento”, aconselhou. Representando o governador Raimundo Colombo, Waldir Walendowski , presidente da Santur, disse estar empenhado em soluções para minimizar tais problemas, atuando junto aos estados do Codesul (grupo formado por Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul) e também os países do Mercosul. “Incentivar o turismo terrestre é essencial para a sobrevivência e evolução das empresa”, disse.

Entre palestras técnicas e motivacionais, além de exposição de ônibus e artigos diversos para o segmento, o Encontro também apontou a regularização do fretamento como forma de contornar a crise e também o problema da mobilidade urbana nas cidades de médio e grande porte. “Cada ônibus representa em média 21 automóveis  a menos nas ruas. Transportar estudantes, funcionários e condôminos, entre outros, além de aliviar o tráfego, também é ecologicamente correto. Representa menor consumo de combustíveis e emissão de poluentes”, alertou Parey. 

DEIXE UMA RESPOSTA