O varejo mundial ‘ocupa’ Nova Iorque

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    Por Carlos Stegemann

    Em todo mês de janeiro, no frio severo de Nova Iorque (EUA), há mais de um século, a National Retail Federation (NRF), maior entidade do varejo realiza o maior evento do setor no planeta – o Retail’s Big Show, que em uma livre tradução significa a ‘grande feira do varejo’. Nestes 22 anos a PalavraCom acumulou grande experiência com o comércio lojista e em razão disso acompanha o evento por anos consecutivos. O Retail’s Big Show nunca foi interrompido, mesmo durante as duas grandes guerras mundiais – e sempre foi em Nova Iorque. Mais de 25 mil participantes, incluindo os que visitam a futurista feira.

    Acompanhei a diretoria da FCDL/SC no evento por quatro anos consecutivos, em coberturas épicas no Jacob Javitz Convention Center, ali na 12ª Avenida, quase marginal ao rio Hudson. Significava acordar às 5h, pois o fuso horário está contra (3h a menos quando vigora o horário de verão no Brasil), para produzir materiais; validar os textos com o então presidente Sergio Medeiros e o vice-presidente de Serviços (Ivan Tauffer, atual presidente); atender às rádios e, ufa, ainda fazer o breakfast e assistir às palestras preliminares, especiais para a delegação do movimento lojista brasileiro.

    No Javitz, acompanhar algumas palestras; postar materiais nas redes sociais; correr para a sala de imprensa e redigir notas, matérias e pautas, aprovar e despachar. Muita caminhada pelos extensos corredores de um dos maiores centros de eventos norte-americanos, de terno e gravata, carregando mochila pesada e equipamento fotográfico profissional… Almoço? Detalhe que pouco dava atenção.

    Ao final de cada dia, o trajeto até o hotel, na Times Square, era sempre a pé, alternando as quadras e descobrindo alguns recantos da Broadway, assistindo ao por do sol (nessa época aí pelas 16h). Lembro de me deparar com a lua cheia, com a silhueta do Empire State ao fundo. Inevitavelmente encarava um terceiro turno de trabalho no hotel.

    Três questões justificavam o esforço: a oportunidade de aprender (muito), tanto nas palestras e conferências (com personagens como George W. Bush, Kofi Annan, Bill Clinton, Rudolph Giuliani, entre outros) quanto na convivência com jornalistas estrangeiros de primeiro quilate; também por ouvir sucessivos e superlativos elogios do cliente, pela cobertura intensa e abrangente. Por fim, porque sempre conseguia um tempo para visitar o MoMA (Museu de Arte Moderna) ou o Metropolitan ou conhecer alguma Universidade ou qualquer das quase infinitas oportunidades que a big apple oferece.