Marcos Gouvêa, na 47ª Convenção da FCDL/SC: “o pequeno lojista pode inovar com mais agilidade”

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Principal analista do varejo brasileiro o empresário Marcos Gouvêa – fundador, sócio e diretor-geral da consultoria GS&MD – foi taxativo: “os empresários do setor precisam acompanhar a reinvenção dos consumidores, cada vez mais informados e exigentes. “Inovar não é mais uma opção, mas uma absoluta contigência disse, na palestra proferida na 47ª Convenção Estadual do Comércio Lojista. Há 26 anos lidera uma delegação brasileira na Retail´s Big Show – NRF, maior evento do setor no mundo, onde já foi, por diversas vezes, um dos principais conferencistas.

Como inovar tendo um consumidor exigente e que se transforma o tempo todo?Marcos Gouvêa – A inovação não é uma opção, mas uma absoluta contingência. O consumidor está se reinventando, especialmente com o uso da tecnologia, se informando e comparando produtos. Ele aprende com outros consumidores – interagindo entre si, se atualizando e trocando experiências, o tempo todo.

As empresas do varejo estão distantes dos consumidores?
Marcos Gouvêa – Algumas estão nesta posição, mas há outras que se deram conta da importância de estar à frente deste movimento, entendendo as transformações e oferecendo diferenciais. A Amazon – um varejista não convencional – percebeu que o consumidor quer menos produto e mais soluções, e desenvolveu uma linha de serviços incorporada àquilo que já oferecia, poupando o tempo dos seus clientes. Já uma empresa de materiais de construção oferece soluções de pintura e não apenas a tinta e as ferramentas. Esse modelo tem chances de ser cada vez mais atrativo porque agrega à marca, confiança e garantia.

Quando se fala em inovação, há quem pense em escala global. Mas como inovar no varejo catarinense, de cidades e empresas de pequeno porte?
Marcos Gouvêa – A diferença entre o grande e o pequeno é de atitude. Em muitos casos os grandes são mais lentos para perceber e implantar a mudança. No cenário de transformação constante, ser de menor porte permite a flexibilidade e agilidade que para o maior é mais complexa. O pequeno varejista de Santa Catarina que oferecer não apenas o produto, mas o conjunto de prestadores de serviços – treinados e qualificados – pode começar já. Aliás, começará mais rápido e fará melhor do que o grande, porque este precisará estruturar a operação, desenvolver o processo, criar mecanismos de garantia etc. O pequeno pode deflagrar isso numa escala mais compacta e imediatamente. Portanto, reforço: inovar tem relação com percepção e atitude sobre a realidade e o tamanho do desafio.

Quais os maiores desafios o momento impõe aos varejistas?
Marcos Gouvêa – Não podemos perder de vista o consumidor que se renova em sua atitude e a cada instante, e as empresas precisam aprender a atuar com muito mais dinamismo, flexibilidade e agilidade e, acima de tudo, ter proximidade com esse consumidor. Estar no varejo nesse instante, é um grande diferencial competitivo. Só quem está no contato diário com o consumidor consegue perceber a dimensão dessa transformação rapidamente e incorporá-la. É por isto que grandes fabricantes de produtos estão criando braços de varejo, por exemplo.

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