Soluções para crise no transporte turístico são apontadas em SC

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As principais lideranças do transporte turístico nacional estiveram presentes durante o 6º Encontro da associação catarinense do setor (Aettusc), o que conferiu um caráter nacional ao evento realizado em Laguna no último fim de semana. Representantes do governo estadual, entidades irmãs do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, industriais do segmento e membros do Departamento de Transportes e Terminais (DETER) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) focaram em soluções para vencer a crise que assola as empresas que transportam turistas e realizam serviços de fretamento. “Todos temos muitas dívidas e a consequência é uma série de demissões nunca vista. Somente no ano passado 30% dos trabalhadores do setor em Santa Catarina foram demitidos”, alerta Nilton Pacheco, agora vice-presidente da Aettusc, que no encontro passou a faixa ao novo líder da Associação, Heins Waldemar Parey, de São Bento do Sul.

 

Problemas como a segurança nas estradas, acessibilidade e a falta de critérios na fiscalização, além da altíssima carga tributária e os entraves na mobilidade urbana estiveram entre os tópicos abordados em palestras e discussões durante o evento. Porém, mesmo diante de tantas adversidades, o otimismo era latente nas conversas. “É muito importante estarmos motivados, sairmos da zona de conforto e lutar por soluções”, disse Parey em seu discurso de posse, ressaltando que o panorama pode ser revertido num prazo de cinco anos. “Para isso precisamos de muita pressão junto ao poder público e órgãos representativos do setor”.

José Antônio Fernandes Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), concorda e afirma que tudo está interligado. “Sem dinheiro para o turista viajar os ônibus não rodam, começam as demissões e por consequência a indústria também não vende. Por isso a necessidade de união, mesmo com empresas que competem entre si – um sinal de maturidade empresarial”, alerta.

Entre as alternativas para driblar a crise, a renegociação com bancos, fornecedores e colaboradores é palavra de ordem. “Aos poucos todos estão entendendo que cada um tem de ceder um pouco e que a saída é enxergarmos o segmento como um todo, desde o turista até os bares, hotéis e restaurantes envolvidos nesta cadeia”, conta Pacheco. A regulamentação do fretamento também pode trazer alívio para as empresas, além de contribuir para a mobilidade urbana. “Trata-se de um transporte com conforto, que tira carros das ruas, é menos poluente e uma realidade em muitos países, podendo servir para alunos, condôminos, e funcionários públicos e privados”, completa Parey.

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