Líderes empresariais aguardam votação do impeachment

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A expectativa para a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo, na Câmara dos Deputados, deixa o meio empresarial catarinense com esperanças de mudanças na economia. Mesmo com a ciência de que o processo ainda precisa passar pelo Senado e enfrentará recursos judiciais, é consenso entre os líderes de que o país precisa sair da paralisia provocada pelo impasse político e encontrar soluções para retomar o crescimento.
 
Para Ivan Tauffer, presidente da Federação das CDLs de SC (FCDL/SC), a maioria do varejo catarinense – que enfrenta uma bruta queda nas vendas – entende que este Governo não conseguirá mais resolver os problemas da economia brasileira. “O Governo acabou mergulhando a todos nesta crise e não tem apoio político para superá-la. Uma troca de comando trará mais confiança ao setor privado, o que fará a economia reaquecer”, afirma.
 
O turismo, que representa 12% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina, enfrenta períodos de retração, apesar dos bons resultados da última temporada. “Mas não vivemos somente do verão e temos de pensar no restante do ano. O segmento é composto em sua maioria de micro e pequenas empresas que não somente não conseguem crescer – muitas estão fechando as portas”, alerta Estanislau Bresolin, presidente da Federação dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de SC (Fhoresc). “É preciso resolver definitivamente esta questão, pois o país está parado. Para o setor turístico o ideal seria este governo sair, ou, melhor ainda, uma renúncia coletiva, pois eleições gerais teriam respaldo popular e aumentariam a confiança no país, atraindo mais investimentos”, propõe.
 
O mercado de arquitetura e engenharia percebe a preocupação do consumidor, que aguarda a estabilidade política para fazer novos investimentos. “Vivemos um momento de estagnação e aguardamos este desfecho para a roda da economia voltar a girar”, aponta Tatiana Filomeno, presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA/SC). Representante do setor náutico, Leandro ‘Mané’ Ferrari está à frente da Associação Náutica Catarinense para o Brasil (Acatmar) e se ressente da estagnação do setor, que tem amplo potencial de expansão. “Lutamos muito para tornar nosso litoral atrativo e temos obtidos conquistas importantes, conscientizando o poder público e a iniciativa privada dos benefícios trazidos pela atividade. Mas o atual cenário é prejudicial às pequenas indústrias, que dependem muito de equipamentos importados. Acredito que apenas tirar o governo e deixar os eventuais substitutos seria mais do mesmo. Sou a favor de novas eleições”, reforça.
 
Entre os setores da economia que mais enfrentam dificuldades está o da alimentação fora do lar, com os custos de operação – insumos, aluguel, bebidas, entre outros – cada vez mais altos em razão da inflação e dos juros altos. De acordo com Fábio Queiroz, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em SC (Abrasel), “o Brasil precisa de mudanças, independente de quem esteja no poder. Nosso segmento só perde com esse impasse político, que paralisa investimentos e provoca desemprego e até a falência de empresas. Particularmente acredito que uma profunda reforma política seja a única solução para vislumbrarmos o crescimento e planejarmos em longo prazo”, opina.

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