Presidente da FCDL/SC avalia o ‘Retail’s Big Show 2016’

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A Federação das CDLs de Santa Catarina esteve novamente no maior encontro do varejo do mundo – o ‘Retail’s Big Show’, promovido pela Federação Nacional do Varejo (NRF), principal entidade do setor no planeta. São 105 anos ininterruptos de realização, sempre em Nova Iorque (EUA), mesmo durantes as duas grandes guerras mundiais. À frente da delegação de dezenas de lojistas catarinenses, o empresário Ivan Tauffer, presidente da FCDL/SC, trouxe valiosas lições, que compartilha na entrevista abaixo.

 

Qual é principal ganho quando um comerciante sai de Santa Catarina e participa do evento ‘Retail’s Big Show’?

 

É o maior encontro do varejo mundial, com 35 mil participantes, na cidade mais globalizada do planeta, o maior centro de consumo de todos os continentes. Basta ser um observador atento e circular pelo comércio de rua, shoppings e outlets que já se aprende muito. E entre os palestrantes encontramos os dirigentes de algumas das principais corporações internacionais e especialistas em marketing, gestão, tecnologia, empresas de pequeno porte, responsabilidade social e política mundial. É inevitável que o lojista volte com muitas novas ideias e assimile a necessidade de mudar, em curto prazo, de adotar a mentalidade da evolução.

 

Quais as diferenças entre ser varejista no Brasil e nos Estados Unidos?

 

Kip Tindell, presidente da NRF, diz que “não existe um setor mais empolgante para se trabalhar do que o varejo”. Esse é o senso comum: os comerciantes têm muito orgulho e muita garra por exercerem este ofício. A competição é muito acirrada, os melhores varejistas, independente do tamanho, não têm rotina, estão sempre em busca de aperfeiçoamento. Outra diferença fundamental é a legislação, que nos Estados Unidos é muito menos restritiva às atividades comerciais. E o lobby do setor é muito forte, o varejo obtém importantes conquistas pela força política.

 

Na indústria a automação já avançou muito e seguirá assim. O varejo também substituirá a mão de obra por máquinas?

 

Certamente não, pois o atendimento personalizado é uma das essências do sucesso do comércio. Mas o que vimos no evento de Nova Iorque é que sistemas inteligentes contribuirão para facilitar as vendas, para dar início ao processo. Consumidores pesquisarão por palavras-chaves nas mídias on-line e ajudantes digitais tornarão mais eficiente a procura dos produtos. Você escolhe um casaco e o sistema, uma espécie de inteligência artificial, informa se é para neve, vento ou chuva, realiza simulações de modelos e cores, exibe os preços e as condições de pagamento etc. Já existe um sistema assim e teve alto índice de aprovação dos consumidores, são mais de 50 mil usuários cadastrados.

 

O que está mudando na conduta e na imagem das empresas?

 

No ‘Retail’s Big Show’ ouvimos Michele Buck, presidente da Hershey – uma das maiores fabricantes de chocolates, balas e confeitos do mundo – e em sua palestra sobressaiu a ideia de que a empresa quer mais do que vender, mas tem como missão trazer bondade ao mundo, escutar e ouvir os consumidores. Eles operam em 70 países, faturam 70 bilhões de dólares. Estão à frente de uma fundação envolvida com a educação de crianças, uma das paixões do fundador da Hershey. Isso é uma política da empresa, que a torna mais simpática e receptiva aos consumidores, confere credibilidade ao marketing. Essa é uma tendência irreversível e cada vez mais valorizada pelos consumidores.

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