Encontro define nova diretoria nacional da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar

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A nova diretoria nacional da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH) foi apresentada durante seu congresso, em Florianópolis, encerrado na última sexta-feira (29). Como meta para as próximas duas gestões foi definida a aproximação das políticas públicas na área da saúde, com foco em melhorias dos ambientes do setor.

Márcio Nascimento de Oliveira assume a presidência nos próximos três anos, sucedendo Fábio Bitencourt. O catarinense Emerson da Silva recebe o posto em 2017, conduzindo a entidade até 2020, ano em que o Brasil sediará o Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos (UIA). O evento contou com a presença da diretoria da Anvisa e da Vigilância Sanitária Estadual. Liliana Font, presidente da Federação Internacional de Engenharia Hospitalar, na gestão 2014/2016, que também estava presente no evento, destacou a importância de um intercâmbio entre os países da América Latina.

Florianópolis recebeu durante os três dias do evento os maiores especialistas do Brasil na área de engenharia, arquitetura e gestão hospitalar, reunidos para debater as possibilidades de um futuro melhor na área da saúde. Trouxeram novos conceitos do que é aplicado nos hospitais europeus e da América Latina, como no caso apresentado pelo arquiteto Göran Lindahl, na Suécia, com a proposta de estabelecimentos com poucos leitos e o uso de cor para demarcar e iluminar os ambientes.

Outro destaque foi o arquiteto Mario Corea, um dos palestrantes mais esperados do evento, que defende um sistema de saúde descentralizado. “O crescimento de um hospital sempre tem um alto custo e seu resultado quase sempre é disfuncional. É por isso que pleiteamos crescer na rede e não nos edifícios”. Corea desenvolveu projetos paralelos nas cidades de Santa Fé, na Argentina, Iraque, Argélia e Catalunha, na Espanha. Nesta última projetou o Hospital General de Mollet del Vallés, que atende uma população de 150 mil pessoas e funciona paralelamente ao Hospital Sociosanitario, esta a antiga unidade da cidade, construído na década de 50 e renovado pela sua equipe. Em ambos estabelecimentos foi colocado em prática o conceito do hospital em rede, ao invés de concentrar todos os serviços em um único prédio.

O engenheiro Roberto Lamberts falou sobre “Eficiência Energética e Conforto Térmico em Ambientes de Saúde”. O professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Phd em engenharia civil pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, presidente da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac) é referência quando o assunto é eficiência energética na arquitetura. “Faz sentido economizar na energia e investir na saúde”, afirma. Categórico, Lamberts destaca que é normal países em desenvolvimento aumentarem seu consumo de energia, mas alerta que medidas de controle energético são indispensáveis para o futuro, “o planeta não tem energia suficiente para o ritmo atual do desenvolvimento econômico”.

Um dos idealizadores da Revista World Health Design, o suíço Alan Dilani, arquiteto, professor, fundador e diretor-geral da Academia Internacional de Design e Saúde fez a última conferência na tarde de sexta-feira, com o tema “Designer Salutogênico Aplicado ao Ambiente Físico”, no qual apresentou projetos públicos de sucesso que funcionam hoje em seu país. Fabio Bitencourt encerrou o congresso com a mesa-redonda sobre Novos Paradigmas e Tendências, ao lado do engenheiro Salin Lamha e dos arquitetos Liliana Font e Flávio Kelner. Bitencourt destacou que o CBDEH é uma oportunidade única para promover o encontro dos maiores profissionais da atualidade do Brasil e do mundo que projetam ambientes que contribuem com a cura: “Hoje estamos absolutamente em pé de igualdade com os países desenvolvidos. Precisamos de seriedade nos processos de gestão pública, porque competência técnica não nos falta”.

 

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