Governo adia aumento de imposto após pressão da Abrasel

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Depois de alardear elevação dos impostos sobre bebidas frias (refrigerantes, água, cervejas e sucos) para 1º de junho, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou atrás e adiou o aumento por três meses, comunicando sua validade a partir de setembro de 2014. Ainda assim, segundo ele, o reajuste deve ocorrer, porém de forma escalonada, sem dizer em quanto tempo será tal escalonamento.

A decisão foi fruto de forte pressão do Abrasel, que alertou para possíveis demissões – cerca de 200 mil em todo o país – em curto prazo.  Para Fábio Queiroz, presidente da entidade no no Estado, a medida afugentaria ainda mais o consumidor dos bares e restaurantes, representando o risco de até 10 mil empregos no decorrer do ano nas cidades catarinenses. “Estes produtos representam até 40% do faturamento do setor. Apesar deste adiamento, ainda vislumbramos esta ameaça no segundo semestre”, afirma.

Em 2013, por exemplo, houve enorme queda no volume do setor de bebidas frias, ou seja, de vendas nos mais de 1 milhão de bares e restaurantes do Brasil. O principal motivo do recuo foi justamente o aumento da carga tributária das bebidas em outubro de 2012. Na ocasião, os reajustes foram da ordem de 13% para cervejas e 26% para refrigerantes. Agora, os tributos variam entre 18% e até 400% em determinadas marcas, o que aumentaria os impostos em 30% sobre a cerveja, em média. “Ainda não entendemos esta diferenciação entre os produtos”, afirma Queiroz, argumentando que os preços nesses estabelecimentos já têm subido quase duas vezes acima da inflação. “Cerca de 60% dos consumidores já afirmam que estão reduzindo gastos com alimentação na rua”, diz.

Para Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel nacional, a entidade está alerta para futuras ações diante do risco de novos aumentos que prejudiquem o setor. “Somos a única atividade econômica presente em todos os municípios, distritos e vilarejos do país. Um em cada 12 brasileiros (levando em conta a população economicamente ativa) trabalha em um bar, restaurante, lanchonete e/ou estabelecimentos similares, o que o representa cerca de 8% dos empregados do Brasil”, explica. 

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