Temporada foi decepcionante para bares e restaurantes em SC

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A euforia registrada por proprietários de bares e restaurantes na pesquisa realizada pela Abrasel em Santa Catarina logo após as festas de fim de ano se transformou em frustração. Isto porque a consulta finalizada na última sexta-feira (07.03) pela entidade, que leva em conta todo o período do verão, revelou dados gerais de uma temporada decepcionante.

Em relação ao verão passado, 45% consideraram o período pior ou muito pior e somente 23% dos entrevistados sentiram que os negócios melhoraram. Para Fábio Queiroz, presidente da Abrasel, estes dados são reflexos de diversos problemas. “A maioria está trabalhando com margem de lucro reduzida, uma carga tributária irreal e mão de obra com pouca qualificação. O Custo Brasil, a queda no número de turistas argentinos e o caos da infraestrutura de água e luz, percebido em diversas regiões no fim do ano, também contribuíram muito, sem falar na antecipação das aulas em função da Copa do Mundo”, afirma. O poder aquisitivo dos turistas, por exemplo, foi considerado menor por 36% dos bares e restaurantes em todo o estado. Em Florianópolis e no litoral norte, o percentual foi ainda maior – 38% e 47%, respectivamente.

Quanto ao número de turistas estrangeiros, a percepção para os entrevistados em todo o estado foi de uma queda de 38%. No litoral sul, esta estatística ficou 55% menor, resultado muito parecido com o litoral norte (53%). A proximidade com o Paraná e Rio Grande do Sul fez com que os vizinhos desses estados viessem em maior número ao Estado, já que 34% dos entrevistados registraram grande fluxo de gaúchos e 29% de paranaenses. Em Florianópolis, os paulistas foram mais uma vez percebidos como os de maior número (42%).

Infraestrutura e mão de obra

Os maiores entraves para o sucesso desta temporada foram a baixa qualificação dos profissionais contratados e a pouca infraestrutura. Quando perguntados sobre os prejuízos causados pela falta de água e energia elétrica, 23% responderam que tiveram de fechar seus estabelecimentos em um ou mais momentos. Em Florianópolis e no litoral norte, este percentual ficou em 25% e na região de Balneário Camboriú, 40%. Entre os maiores revezes, em todo o estado 26% disseram ter perdido parte do estoque, 35% amargaram queima de equipamentos e 38% tiveram de fechar a casa mais cedo.

A mão de obra também causou problemas. Uma média de 26% dos proprietários consultados não conseguiu compor seu quadro de funcionários em número suficiente. A qualidade dos colaboradores também deixou a desejar, com 48% de reclamações em Santa Catarina, 60% em Florianópolis, 50% na região de Balneário Camboriú, 45% no litoral sul e 33% no litoral norte.

Diante desses números, a expectativa para o restante do ano não é das melhores. Em todo o estado, 48% esperam mais movimento. Em Florianópolis, o percentual é bem menor (31%). Na região central do litoral, somente 11% dos entrevistados aguardam dias melhores em 2014.

A curiosidade fica para a expectativa de melhoria no litoral sul. Para 75% dos proprietários, o restante do ano reserva melhores momentos. “Certamente em função da previsão de conclusão da ponte de Laguna, que deverá incrementar a movimentação de visitantes, além de provavelmente se tornar uma atração turística”, explica Queiroz.

Mesmo assim, poucos planejam investimentos para 2014. No cômputo geral, 59% dos consultados não planejam nada neste sentido. Em Florianópolis, o número é ainda maior (70%), enquanto que na região de Balneário Camboriú, 60% não pensam em qualquer melhoria. Nas regiões sul e norte, metade pretende fazer algum investimento.

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